Sábado, 11 de outubro de 2025

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Lenda da arbitragem pede mais compreensão: “Parem de esperar perfeição”

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Anthony Taylor revelou que sua família parou de ir aos estádios por causa das ofensas que ele recebe durante os jogos.

Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O árbitro inglês Anthony Taylor, um dos nomes mais respeitados da Premier League e presença constante em competições internacionais, fez um desabafo contundente sobre a pressão excessiva que os árbitros enfrentam no futebol moderno. Em entrevista à BBC Sport, Taylor pediu que torcedores, dirigentes e comentaristas abandonem a expectativa de perfeição nas decisões de arbitragem.

Taylor revelou que sua família deixou de acompanhá-lo nos estádios devido às ofensas que ele recebe durante os jogos. Segundo o árbitro, a cultura do “vencer a qualquer custo” tem afetado não só o desempenho, mas também a saúde mental dos profissionais da arbitragem, desde a elite até as divisões de base.

“Se você é constantemente atacado por torcedores, comentaristas ou até ex-árbitros, isso inevitavelmente afeta o psicológico”, afirmou.

O inglês relembrou o episódio de 2023, quando foi hostilizado por torcedores da Roma no aeroporto de Budapeste após a final da Liga Europa, vencida pelo Sevilla. Na ocasião, o técnico José Mourinho o chamou de “vergonha” e acabou suspenso por quatro partidas pela UEFA. Taylor classificou o momento como o pior de sua carreira em relação a abusos.

“Mesmo em um jogo em que não houve grandes erros, houve uma tentativa de encontrar alguém para culpar”, lamentou.

Taylor também criticou o uso do VAR como fonte de uma “expectativa irreal de perfeição”. Para ele, a tecnologia não elimina os erros, mas sim muda a forma como eles são percebidos.

“Um dia dizem que o VAR interfere demais; no outro, cobram porque não interferiu. É impossível agradar a todos”, disse.

Apesar das críticas, Taylor reforçou que continua motivado com a profissão e pediu mais equilíbrio nas análises públicas sobre o trabalho dos árbitros.

“A análise é sempre desequilibrada. Ninguém fala das coisas positivas. Precisamos entender que a perfeição não existe.”

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