Quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
A realidade do futebol atual é dura: cada vez mais, os clubes devem se organizar pensando em crescer suas marcas. Afinal, um time mais reconhecido é mais assistido, fatura mais e, assim, tem mais recursos para se reestruturar e construir um elenco mais completo.
Isso é verdade tanto no poderoso futebol europeu quanto no futebol gaúcho. Independentemente do tamanho do time, as mesmas regras se aplicam: quem tem mais audiência gera mais faturamento e tende a crescer. Mas como os times do Sul podem crescer no cenário atual do futebol? Vejamos algumas ideias!
O futebol feminino brasileiro vem batendo recordes de audiência. Mais de 13.533 pessoas foram conferir um dos jogos da semifinal do Brasileirão 2025. Já a grande final do torneio teve mais de 41 mil torcedores no estádio.
Além da presença de torcedores nas arenas, os jogos também começam a registrar boa audiência na TV, no rádio e na Internet. Ou seja: há público. E se há público, há oportunidade para os clubes gaúchos se firmarem no cenário e fortalecerem a própria imagem.
O licenciamento de marca é uma fonte de receita clássica, mas que muitas vezes fica restrita a camisas e produtos físicos. No entanto, se há limitações físicas, o mais interessante é explorar o digital, que oferece um potencial muito maior e com margens de lucro atrativas.
Uma boa ideia é olhar para o mercado de eSports. Na Europa e no Brasil, alguns clubes já experimentaram esse mercado, formando times para os games mais populares. Há potencial em um setor que pode atrair um público normalmente não ligado ao futebol e convertê-los em torcedores.
Outro exemplo claro desse potencial está no setor de iGaming. Muitas plataformas de apostas online e cassinos com slots buscam temas fortes para seus títulos e é cada vez mais comum encontrar temáticas esportivas (futebol, basquete, tênis, etc.) entre os disponíveis. Ao permitir o uso da marca nesses ambientes digitais, os clubes modernizam suas receitas sem o custo de desenvolver softwares próprios.
Há, também, a possibilidade de levar a marca do time para o digital. Clubes em outras modalidades, como o basquete, já investiram em séries e documentários em serviços de streaming com esse fim.

Quando um gigante europeu anuncia uma pré-temporada no Brasil, nos EUA ou na Ásia, existe uma estratégia comercial por trás da iniciativa. A ideia é levar a marca do clube para um mercado internacional com grande potencial financeiro. Ou seja, chamar a atenção das pessoas e ganhar novos fãs, que eventualmente se tornam clientes.
Os clubes gaúchos podem (e devem) abordar a mesma iniciativa, embora com enfoque mais estratégico. Faz sentido percorrer mercados ligados culturalmente ao futebol do estado (como muitos da América do Sul), mas também países onde há recursos financeiros e menos competição no futebol, como o mundo árabe ou o leste asiático.
No fim das contas, a tradição e a “camisa pesada” são vitais, mas não pagam todas as contas sozinhas no cenário atual. Para crescer em faturamento e relevância global, os clubes gaúchos precisam abraçar essas novas frentes de negócio com visão de futuro.