“Não existe instituição que tenha fôlego para suportar tanto tempo sem ingresso de receita”, afirma Lauro Hagemann, Vice-Presidente de Finanças do Inter

Foto: Rádio Grenal/Arquivo

Em entrevista exclusiva à Rádio Grenal nesta sexta-feira (08), Lauro Hagemann, vice-presidente de finanças do Inter, comentou sobre o momento econômico do clube e as demissões ocorridas no colorado. Mesmo que tenha divulgado nota oficial referente às demissões, João Patrício Hermann, vice-presidente do Inter comentou que é a pior crise que o clube já enfrentou. Segundo Hagemann, todas as áreas são essenciais para o bom funcionamento do clube, entretanto, algumas delas tinham um número expressivo de funcionários. “O João Patrício Hermann teve bastante precisão a fazer esse comentário de que é a pior crise que o clube já viveu. Eu não sei o que foi proposto aos jogadores, não sei o que eles acertaram. Seria leviano eu falar disso, porque não participei. O que vi dos jogadores foi muita sensibilidade. Todas áreas do Inter são fundamentais. O que acontece é que algumas áreas tinham um número muito expressivo de funcionários”, explica o vice-presidente de finanças.

Inter x Turner

A história envolvendo o Inter e a Turner está longe de acabar. O clube alega que o grupo de mídia não pagou um valor de R$ 5,5 milhões referente a luvas, que, conforme estipulado em contrato, já deveria ter entrado nos cofres colorados. Além disso, a direção entende que a empresa norte-americana está tentando forçar um enceramento precoce da parceria, sem pagar a quantia de quase R$ 30 milhões prevista no acordo. Inter e Turner assinaram contrato em 2016, na gestão do então presidente Vitorio Piffero e nesse acordo previa o televisionamento dos jogos colorados do Brasileirão em TV fechada nos canais do grupo de mídia em 2019 e 2020.

Porém, no último mês de março, a empresa enviou uma notificação aos oito clubes parceiros sinalizando com o rompimento da parceria. Na época do acerto, o grupo tinha um canal esportivo no Brasil, o Esporte Interativo, que depois foi fechado. Com isso, os jogos foram transmitidos pelo canal TNT. Desde então, ocorreu uma série de reuniões, sem que nenhuma das partes chegasse a um acordo. A situação preocupa a direção colorada, pois o clube contava com esse dinheiro, especialmente em meio à crise financeira agravada pela pandemia de coronavírus. “O nosso vice Alexandre Chaves Barcellos discute à exaustão para que possamos superar isso. No nosso caso é uma fatia muito importante”, comentou Hagemann.

Futuro financeiro do clube

A direção do Inter tomou duas medidas importantes para salvar as finanças do clube neste período de escassez de receitas devido à pandemia de coronavírus. O presidente Marcelo Medeiros determinou que todos os departamentos cortassem 30% de suas despesas. Além disso, o clube preparou um plano de crise, prevendo uma paralisação no futebol por até 90 dias.

Como é impossível prever quando o futebol voltará ao normal, o Inter fez um plano de crise prevendo três cenários, com paralisação total de até 90 dias. Pelo menos por enquanto, o clube está se preparando para a possibilidade de as atividades serem retomadas apenas em julho, podendo rever a situação conforme os desdobramentos da pandemia. “Sou cauteloso. Não sabemos quando o futebol vai poder voltar. Temos projeção nos três cenários já divulgados. Não avançamos para um cenário de mais de 120 dias. Não existe instituição que tenha fôlego para suportar tanto tempo sem ingresso de receita. Uma paralisação por período tão alongado não teria como não causar impactos drásticos e tristes”, salientou Lauro Hagemann, vice-presidente de finanças.

No orçamento de 2020, o Inter estima um déficit de R$ 13,6 milhões. No entanto, é provável que esses números sejam maiores, por conta dos impactos inevitáveis da pandemia. Essas medidas da direção buscam evitar que o resultado negativo do ano seja significativamente maior.

 

* Por supervisão de: Marjana Vargas

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